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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Centralidade de Cristo

Também o demónio é uma criatura de Deus; não se pode falar dele e dos exorcistas sem fazer referência, pelo menos de forma sistemática, a alguns conceitos-base sobre o plano de Deus na criação. Não diremos por certo nada de novo, mas talvez abramos perspectivas novas a alguns leitores.
Habituámo-nos, muitas vezes, a pensar na criação de uma forma errónea embora tenhamos adquirido uma série de dados.Crê-se que , num belo dia, Deus tenha criado os anjos; que os tenha submetido a uma prova, não se sabe bem a qual, da qual resultou a divisão entre os anjos e os demónios: os anjos recompensados com o paraíso, os demónios punidos no inferno. Também se crê que , noutro belo dia, Deus tenha criado o universo, o reino mineral,vegetal,animal e por fim o homem. Adão e Eva no paraíso terrestre pecaram obedecendo a Satanás e desobedecendo a Deus.
Nessa altura, para salvar a humanidade, Deus pensou enviar o seu filho.
Não é este o ensinamento da Bíblia, nem é este o ensinamento dos Padres.Numa tal concepção, o mundo angélico e a criação tornam-se estranhos ao ministério de Cristo.Pelo contrário, leia-se o prólogo ao Evangelho de João e os dois Hinos cristológicos que abrem as cartas aos Efésios e aos Colossenses; Cristo é o primogénito de toda a criatura; tudo foi feito para ele e por causa dele. Não têm sentido as discussões teológicas em que se questiona se Cristo teria vindo caso Adão não tivesse pecado. Ele é o centro da criação, Aquele que reuniu em si todas as criaturas: as celestes(anjos) e as terrestres(homens). Contudo, é verdadeiro afirmar que tendo-se dado a queda de Adão e Eva, a vida de Cristo assumiu um papel particular: veio como Salvador. E no centro da sua acção está o mistério pascal: por meio do sangua da sua cruz reconcilia com Deus todas as coisas, no céu(anjos) e na terra(homens).

A influencia de Cristo sobre os anjos e demónios.

No que se refere aos anjos, certos tólogos pensam que só em virtude do mistério da cruz, estes tenham sido admitidos a visão beatífica de Deus.
Muitos padres formulam afirmações interessantes, lemos em St° Atanásio que também os anjos devem a sua salvação ao Sangue de Cristo. No que se refere aos demónios, as afirmações contidas no Evangelho são inúmeras: Cristo com a sua cruz venceu o reino de Satanás e instaurou o reino de Deus. Por exemplo, os endemoninhados gadarenos exclamaram: que temos nós contigo Jesus, Filho de Deus? Vieste para nos atormentar antes do tempo?(Mt 8,29) É uma clara referência ao poder de Satanás a diminuir progressivamente por causa de Cristo.
Á luz da centralidade de Cristo é-nos dado ver o plano de Deus, que criou boas todas as coisas<>. Também nos é dado ver a obra de Satanás, o inimigo, o tentador, o acusador, por cuja sugestão entrou na criação o mal, a dor, o pecado, a morte.

O poder do demónio também é manifestamente claro..


Satanás era o mais esplendoroso dos anjos; tornou-se o pior dos demónios e o seu chefe. Porque também os demónios estão vinculados entre si por uma hierarquia muito estrita e conservam o grau que ocupavam quando eram anjos uma hierarquia de escravidão :principados, tronos,dominações...(lembrando que os demonios se ajudam no momento do exorcismo, existe um testemunho de uma pessoa que estava possessa e foi buscar salvação em um lugar santo onde há visitação de muitos fiéis, la existia uma mulher que horava por todos que batiam a sua porta , no momento que essa pessoa foi pedir a libertação , caiu por terra e todos que estavam por perto começaram a horar a batalha se estendeu pelo dia, e de 1 demonio que estava nela passou pra 20 um ajudando o outro ..mas como sempre a fé e a oração liberta até de mil !!)

A obra de Cristo é muito clara: foi ele quem destruiu o reino de Satanás e instaurou o reino de Deus. Por isso, os episódios em que Jesus liberta os endemoninhados têm uma importância muito especial: quando Pedri evoca diante de Cornélio a obra de Cristo, não cita outros milagres, mas apenas o facto de ter curado" todos os que estavam sob o poder do diabo"(Act 10,38); Compreendemos agora por que é que o primeiro poder que Jesus dá aos apóstolos é o de expulsar os demónios e a mesma coisa vale para os crentes "Eis os sinais que acompanharão aqueles que acreditarem :em meu nome expulsarão os demonios".
Um dia , o Pe Cândido estava expulsando um demónio. No final do exorcismo voltou-se para aquele espírito imundo com ironia : "Vai-te daqui, de mais a mais , o Senhor preparou-te uma bela casa quentinha!" Ao que o demonio respondeu :"Tu não sabes nada não foi Ele (Deus) que fez o inferno fomos nós" Em outra situação foi feita a mesma pergunta a outro demonio para ver se obtinha a mesma resposta em relação a criação do inferno e a resposta foi: "todos nós contribuimos".

A centralidade de Cristo, no plano da criação e na restauração dela, através da redenção, é fundamental para se compreenderem os desígnios de Deus e a finalidade do homem..Deus quer que todos se salvem; ninguem é predestinado ao inferno; Jesus morreu por todos ; a todos são dadas as graças necessárias a salvação. A centralidade de Cristo ensina-nos que só no seu nome podemos ser salvos.

No final dos exorcismo Padre Gabriele Amorth reza o hino cristológico da Carta aos Filipenses(2,6-11)quando se trata de casos mais fortes, e quando chega às palavras "para que ao nome de Jesus todo joelho se dobre nos céus na terra e nos infernos"todos se ajoelham os presentes e o próprio endemoninhado vê-se sempre obrigado a ajoelhar .

Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem, rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome, para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na terra e debaixo da terra; e toda a língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor!”, para glória de Deus Pai.

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